Com apenas 21 anos, Ricardo Toscano já é um caso sério no panorama jazzístico português.
A paixão pela música começou cedo, ou não gostasse o pai, também ele músico, de lhe embalar o berço ao som do Jazz – um privilégio de que nem todos os bebés podem usufruir!
Em tenra idade despertou para a música e directamente para este estilo musical. Uma das memórias mais antigas que tem é de ficar fascinado ao ouvir o “Blue Tain” de Coltrane. Tinha sete anos.
Foi por esta altura que iniciou o estudo do clarinete, por ser um instrumento adequado à sua estatura, mas o saxofone já lhe dominava o pensamento. Passou por várias escolas, incluindo o Conservatório Nacional, a Escola Profissional Metropolitana e a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, onde aperfeiçoou o seu domínio do saxofone com Desidério Lázaro. Em comum têm o facto de terem despontado numa Festa do Jazz do S. Luiz – Toscano foi distinguido como saxofonista revelação, tinha apenas 16 anos.
Em 2011 formou o seu Quarteto, que saiu vencedor do Prémio Jovens Músicos, promovido pela Antena 2, na categoria de Jazz. Desde então até à apresentação no Estoril Jazz, apenas se mantem da formação original João Pereira, na bateria. O piano será ocupado por João Pedro Coelho, e o contrabaixo por Romeu Tristão.
Toscano tem integrado várias formações, entre elas o The Mingus Project e Nelson Cascais Decateto. Tem o sonho de gravar como leader, mas assume que o grupo precisa de amadurecer. Também se considera compositor, embora confesse que esta vertente precisa de mais trabalho e dedicação da sua parte, o que se entende num músico de tão tenra idade. No seu imaginário há também o sonho de trabalhar com grandes nomes portugueses como Mário Laginha e André Fernandes, e estrangeiros como Joey Calderazzo, Wynton Marsalis ou Joe Lovano.
O jovem músico mostra-se esperançado no futuro do Jazz em Portugal, que considera estar recheado de jovens a tocar mais e melhor. Pela sua parte, quer dedicar-se à composição e ao aperfeiçoamento no seu instrumento de eleição, o saxofone alto.