Programa

No primeiro e segundo fins-de-semana de Maio,
no Auditório Casino Estoril


XXXIII ESTORIL JAZZ 2014:  

UM FESTIVAL QUE SE MANTÉM EM PALCO!



Cascais, Março de 2014


Mesmo num tempo de grandes dificuldades para o país, provocadas pela crise económica internacional e nacional, com fortes repercussões nas condições de vida da grande generalidade dos portugueses, o consumo e a divulgação dos vários domínios da Arte e da Cultura não podem ficar reféns de alibis invocados a pretexto de uma situação menos favorável, nem os mecanismos de financiamento público e privado das actividades artísticas podem ser indiferentes ao esforço, tantas vezes incompreendido ou menosprezado, dos efectivos promotores da Cultura, em particular daqueles que não vendem “gato por lebre” e já estão desde há longo tempo no terreno. 

Entrado já no terceiro ano da sua quarta década de existência, o festival Estoril Jazz, saído como sempre do esforço continuado e da direcção artística de Duarte Mendonça — um verdadeiro amador de jazz que, pela sua determinação e iniciativa, desde há 44 anos procura colocar a sua divulgação no justo lugar que lhe pertence no panorama artístico português —, tem sido directa ou indirectamente afectado, nos anos mais recentes, pelas dificuldades envolventes. A agravar uma situação já difícil, soma-se ainda este ano o facto de terem sido substancialmente reduzidos os apoios habituais dos patrocinadores institucionais do festival.

Por esse motivo, o Estoril Jazz 2014 vê-se obrigado a diminuir o número de concertos, concentrando os seus espectáculos nos primeiro e segundo fins-de-semana de Maio.

Entretanto, ao invés do que poderia esperar-se — e fiel, como sempre, aos desejos e aos gostos dos muitos espectadores que todos os anos esperam a fruição de um festival que lhes suscita confiança e prazer intelectual —, a qualidade dos artistas escolhidos para esta edição do festival não saiu minimamente beliscada ou diminuída. Antes pelo contrário, é com a maior satisfação que podemos desde já anunciar um conjunto de músicos, solistas e grupos, altamente talentosos, competentes e representativos de correntes estéticas diversas mas todas elas assentes ou partindo do respeito pela tradição de uma música com raízes bem definidas. Desta vez com a novidade da participação mais alargada de excelentes músicos de jazz europeus.

Optando este ano, em dois dos seus quatro concertos, pela invulgar formação do duo, o Estoril Jazz está certo de que os seus fiéis espectadores admirarão a invulgar criatividade dos músicos que os formam, todos eles de primeiríssimo plano na cena contemporânea do jazz internacional, e claramente à vontade nesta forma mais aberta de criação musical.
  
Por outro lado, procurou-se manter também a presença de formações instrumentais cuja constituição é mais tradicional e cuja presença é mais habitual nos nossos palcos.

Considerados estes condicionalismos, mas respeitadas estas grandes linhas principais de orientação, podemos desde já anunciar que as datas e as presenças musicais este ano escolhidas para a 33.ª edição do festival serão as seguintes:
 
— Eric Alexander UK All Stars Quinteto 
     Em Memória de Norman Granz / JATP
    Sábado, 3 de Maio (21:30)
— Kenny Barron / Dave Holland Duo
    Domingo, 4 de Maio (19:00)

— Francesco Cafiso Quarteto
    Sábado, 10 de Maio (21:30)
— Dave Douglas / Uri Caine “Duos”
    Domingo, 11 de Maio (19:00)

A presença de músicos de estatura mais do que provada, como aqueles que constituem os dois duos escolhidos para este festival — e o facto de, nas variadíssimas situações musicais em que sempre confirmaram a sua invenção e musicalidade, nunca deixarem de constituir, ao mesmo tempo, uma presença fortemente personalizada — é a garantia de que os concertos em que participam mestres veteranos como o pianista Kenny Barron e o contrabaixista Dave Holland ou músicos de referência mais jovens como o trompetista Dave Douglas e o pianista Uri Caine deixarão marca na história mais recente do Estoril Jazz.

Mas também a descoberta do jazz britânico, tão injustamente desconhecido entre nós, personificado pelos membros do brilhante All Stars que estará ao lado de um grande solista norte-americano — o saxofonista Eric Alexander — não ofuscará o interesse pela confirmação do transbordante talento de um muito jovem saxofonista italiano, Francesco Cafiso, que se apresentará no Estoril Jazz na companhia de outros três compatriotas: os excelentes membros do seu quarteto.

Acresce ainda, como às vezes acontece com os discos, a surpresa de um bónus muito especial: a projecção integral (ca. 120m), nos sábados 3 e 10 de Maio (pelas 19:00 horas), com entrada livre, de um filme notável — Improvisation — produzido por Norman Granz, com a presença e a actuação de grandes e históricos músicos, como Hawkins, Ella, Lester, Dizzy, Peterson, Basie ou Ellington, e com performances inéditas de Charlie Parker.  

Por tudo isto podemos mais uma vez dizer que o Estoril Jazz 2014 corresponderá ao seu lema de sempre:  

O Jazz é a melhor música do Mundo!

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