Estoril Jazz/2015

   

No segundo e terceiro fins-de-semana de Maio,
no Auditório do Casino Estoril

XXXIV ESTORIL JAZZ/2015:  

EXPERIÊNCIA — TRADIÇÃO — JUVENTUDE


Cascais, 12 de Dezembro de 2014


A longa trajectória do Estoril Jazz / Jazz Num Dia de Verão — festival português de referência no domínio do Jazz, que já vai na sua 34ª edição ininterrupta — vem comprovar de novo algumas linhas de força que o tornaram, nesta área, uma realização ímpar no nosso país, marcada também na área da programação pela escolha de músicos e grupos que, em geral, se enquadram no lema que escolhemos para o festival deste ano.

Experiência, em termos de organização e seriedade, duas características que se apresentam aos seguidores de sempre do Estoril Jazz ou aos seus aderentes mais recentes como uma garantia de que — com escolhas mais ou menos acertadas, nem sempre alcançando êxito garantido, dada a imprevisibilidade que caracteriza a própria música e seus intérpretes, mas habitualmente assegurando grandes e inesquecíveis concertos — jamais se procurou aqui, “vender gato por lebre”. O público do Estoril Jazz sabe ao que vem e sabe com o que conta.

Tradição, no plano da criação musical considerada em sentido lato, procurando sempre apresentar músicos que, independentemente da sua idade, experiência profissional ou tendência estética, demonstram no seu contacto quotidiano com o público e nas obras que deixam gravadas o respeito pelas raízes profundas de uma música com fortíssima identidade própria.

Juventude, que é uma outra imagem de marca que caracteriza este festival, no cartaz do qual a aposta na experiência indiscutível de uma carreira plena de êxitos jamais pode ou deve impedir que se dêem a conhecer jovens valores do Jazz nacional e internacional, capazes de manter viva e sempre em movimento renovador esta música que tanto amamos.

Mais uma vez, em 2015, as dificuldades mais gerais do país reflectem-se com particular agudeza no campo das actividades culturais, impedindo o produtor de sempre do Estoril Jazz de regressar, como ambicionaria, aos tempos dos cartazes mais recheados, sendo forçado a manter, ainda este ano, a decisão de apenas realizar quatro concertos, em dois fins-de-semana seguidos.

Mas, apesar de tudo, mantêm-se no essencial os princípios programáticos e culturais que sempre procurámos aqui seguir, com a escolha de músicos de grande maturidade, que constituem já uma certeza e uma garantia no plano musical, a par de outros jovens instrumentistas cujo talento e potencial criativo fazem adivinhar trajectórias que se configuraram como muito promissoras.

Estão neste último caso, por exemplo, um punhado de jovens músicos portugueses, todos eles vivendo ainda a frescura e o vigor dos vinte anos e entregues de corpo e alma a uma música que hoje ultrapassou fronteiras e se tornou universal. Nalguns casos ainda estudantes, buscando quase todos uma formação académica superior, mas já profissionais com provas dadas, Ricardo Toscano (sax-alto), João Pedro Coelho (piano), Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria), são exemplos sonantes de uma nova geração de músicos de Jazz portugueses que desponta, formando um quarteto (com o convidado Diogo Duque no trompete), liderado pelo primeiro mas evidenciando talento e musicalidade distribuídos em partes iguais, que foi justamente escolhido para inaugurar a segunda parte do festival.

Com o trompetista Sean Jones, à frente de um quarteto caracterizado pela experiência e pelo roteiro dos mais conhecidos clubes e dos grandes palcos — de que o pianista Orrin Evans é já um reconhecido expoente —, temos o exemplo de um instrumentista de técnica apurada, como hoje se exige aos músicos a caminho da maturidade, cujas qualidades não residem apenas no impressionante domínio do instrumento mas transbordam para o lado mais criativo desta música: a capacidade natural da improvisação e a imaginação que marca essa característica tão essencial ao Jazz.

Num dos extremos do calendário deste Estoril Jazz, teremos a inaugurá-lo um concerto que se espera fique a fazer história no seu já longo percurso. É o duo criativo por excelência: a voz precisa, timbrada, expressiva e a dicção impecável de Roseanna Vitro, uma cantora que não fará, por hábito, primeiras páginas ou capas de revista mas é sempre garantia de escolhas muito ajustadas, de um repertório de eleição e do bom gosto no seu tratamento vocal e prosódico. Ela terá a seu lado, em plano de igualdade, sem dúvida valorizando o concerto, um mestre da estética pianística intemporal, um músico de grande cultura e capacidade de invenção, como é este outro norte-americano: Kenny Werner.

Por último, a fechar o cartaz, iremos ao encontro da grande tradição hard-bop revisitada e reavaliada criativamente pelo quinteto Opus 5 (“The Mingus Alumni”), co-liderado por Seamus Blake (sax-tenor), Alex Sipiagin (trompete), David Kikoski (piano), Boris Kozlov (contrabaixo) e Donald Edwards (bateria), alguns deles já frequentadores dos palcos deste festival e membros habituais de grupos ou orquestras que se constituíram para preservar a perenidade da música de Charlie Mingus.   

Bem vistas as coisas — sem forçar a nota mas constatando aquilo que é irrefutável —, podemos mais uma vez antever que o Estoril Jazz/2015 irá corresponder, mais uma vez, ao seu lema mais importante de todos:

O Jazz é a melhor música do Mundo!

CONTACTOS PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
Duarte Mendonça – Director Artístico / Produtor Executivo
Inês Pires – Secretariado
Tel.: 214 827 862
Fax: 214 827 863
Email: dm@projazz.pt