Programa

Tal como já foi largamente divulgado, o regresso de um acontecimento musical com a importância do “Cascais Jazz” ficará a marcar, da melhor maneira, o final da presente temporada jazzística entre nós, não apenas pelo carácter fortemente simbólico do ressurgimento de uma marca cultural com inegável peso e tradição na nossa sociedade, mas também pela presença, em concreto, de músicos e grupos de qualidade indesmentível.

As datas para o regresso deste novo “Cascais Jazz” estão, como se sabe, marcadas para 4, 5 e 6 de Dezembro, sendo o local escolhido para a realização dos cinco concertos que compõem o seu cartaz o Auditório do Centro de Congressos do Estoril, sala que, pelas suas excelentes condições acústicas e logísticas, está sem dúvida à altura deste aguardado e festejado regresso. Por outro lado, a existência de um parque de estacionamento subterrâneo constituirá, nesta época do ano, uma maisvalia em termos de conforto para o público.

Os concertos que constituem o elenco deste “Cascais Jazz” serão os seguintes:


Lee Konitz Quarteto (com o convidado André Fernandes)

Lee Konitz (saxofone alto) - Florian Weber (piano)

Jeff Denson (contrabaixo) - Ziv Ravitz (bateria)

Convidado: André Fernandes (guitarra)

Sexta, 4 de Dezembro (21:30)

-- Zé Eduardo Unit (com o convidado Jack Walrath)

- Zé Eduardo (contrabaixo) - Jesús Santandreu (saxofone tenor)

- Bruno Pedroso (bateria) Convidado Jack Walrath (trompete)

Sábado, 5 de Dezembro (16:00)

-- Dena DeRose Trio

- Dena DeRose (piano,voz) - Martin Wind (contrabaixo)

- Matt Wilson (bateria)

Sábado, 5 de Dezembro (18:00)

-- Ingrid Jensen Quarteto

- Ingrid Jensen (trompete,filiscorne) - Geoff Keezer (piano)

- Matt Clohesy (contrabaixo) - Jon Wikan (bateria)

Sábado, 5 de Dezembro (21:30)

-- Cascais Jazz Legends

- Phill Woods (saxofone alto) - Lew Soloff (trompete)

- Cedar Walton (piano) - Rufus Reid (contrabaixo)

- Jimmy Cobb (bateria)

Domingo, 6 de Dezembro (18:00)

A simples leitura deste elenco demonstra como, apesar das naturais dificuldades orçamentais que tornam descabidas quaisquer comparações com a primeira série do festival, se procurou nesta nova realidade social, económica e cultural envolvente, cumprir a intenção primeira que presidiu à sua escolha: por um lado, trazer de novo até ao “Cascais Jazz” grandes nomes históricos, ainda vivos, que tenham estado presentes no seu palco, a par de outros músicos e grupos pertencentes a gerações mais recentes, embora mantendo fortes relação com a tradição em movimento do próprio Jazz.

A presença do saxofonista norte-americano Lee Konitz, por exemplo, representa, logo na abertura do festival, o nosso respeito e admiração por um músico-chave em toda a história do Jazz, já desde os anos de 1940, e por um criador musical que sempre se preocupou em caminhar a par ou mesmo à frente da própria roda do tempo. Aqui acompanhado por um trio de excelentes músicos europeus, Konitz resolveu ainda escolher, como convidado especial, um jovem e talentoso músico português – André Fernandes – que recentemente tem colaborado com o mestre em digressões pelo Velho Continente.

Sábado 5 é o dia mais preenchido em termos musicais. Tudo começa com o concerto pelo grupo de um histórico do Jazz português – o contrabaixista, compositor e pedagogo Zé Eduardo, outro frequentador da primeira série do “Cascais Jazz” – desta vez convidando para alargar o seu Unit o trompetista norte-americano Jack Walrath, uma referência do Jazz made in USA e membro destacado da entourage musical de Charles Mingus.

O destaque para a singularidade do Jazz feminino, mas também para o seu crescente poder do Jazz, é uma outra característica deste regresso do “Cascais Jazz”. Será também o Jazz das novas gerações a estar assim representado no festival, pelo “Magic Trio” da cantora-pianista Dena DeRose (com os pendulares Martin Wind e Matt Wilson, no contrabaixo e na bateria), bem como pelo fortíssimo quinteto da notável trompetista canadiana Ingrid Jensen.

Finalmente, no Domingo 6, será com emoção e entusiasmo que se acolherá a entrada no palco do Centro de Congressos do Estoril de cinco grandes nomes que percorreram muitas das etapas da história do Jazz moderno, cinco verdadeiras lendas na pátria do Jazz, desde logo tendo à cabeça um dos maiores saxofonistas de sempre – Phil Woods – lado a lado com Lew Soloff, Cedar Walton, Rufus Reid e Jimmy Cobb.