Ministério da Cultura - Medalha de Mérito Cultural

Em 2004 festejam-se os 30 anos de carreira de Duarte Manuel Sarmento de Mendonça como agente e produtor independente de festivais e de música jazz. Estamos na verdade em presença de uma figura que nos proporcionou o que há de melhor na música afro-americana. A longa lista dos nomes da música jazz que trouxe a Portugal ao longo das últimas três décadas daria para recriar a História do Jazz, tal a diversidade e a qualidade dos intérpretes e dos repertórios com que nos presenteou.

Nascido em 1931, despertou para o jazz aos quinze anos, como ouvinte e coleccionador de discos, através das grandes orquestras da época com Glenn Miller, Count Basie, Tommy Dorsey, Harry James, e, mais tarde, com Duke Eilington, Pete Johnson/ Albert Ammons e Meade "Lux" Lewis.

Anos mais tarde, essa paixão viria a materializar-se em opção profissional quando, em 1974, foi convidado por Luís Vilas Boas para se lhe associar em parceria na produção do "Cascais Jazz", na sua IV edição, iniciando então a sua actividade como produtor e promotor de concertos e de festivais de música jazz, parceria que se haveria de manter até 1988.

Foi grande a projecção cultural e a afirmação daquela iniciativa no meio musical nacional e internacional, o que conduziu a um merecido reconhecimento pela Tutela, então a Secretaria de Estado da Cultura, entidade que passou a apoiar o evento.

Em 1982, Duarte Mendonça concebeu e concretizou com o apoio da Câmara Municipal de Cascais um novo festival de jazz realizado no Parque Palmeia - "Jazz Num Dia de Verão". Para sempre identificado com aquele espaço físico, melhorado em 1996 com a construção de um auditório ao ar livre, o evento adquiriu em 1990 a designação que mantém actualmente de "Estoril Jazz/ Jazz Num Dia de Verão".

A partir de 1988 e durante a década de 90 Duarte Mendonça realizou em várias localidades do país outras grandes produções de relevo, como o Galp Jazz, bem como inúmeras co-produções com instituições como o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, "Angra Jzz", "Matosinhos Jazz", "Guimarães Jazz", entre outros.

Em Janeiro de 1989, Duarte Mendonça organiza uma nova sociedade, a Projazz, mais tarde, Projazz/ DM Produções, cujos objectivos continuaram a ser os de promoção de artistas e de eventos de música jazz, bem como a direcção e a assistência de produção de discos e de espectáculos.

O contributo cultural de Duarte Mendonça não se cinge, porém, apenas ao plano da divulgação do jazz. Também no plano da formação musical há que salientar as suas inúmeras iniciativas de qualidade, durante o período de 1990 a 2002, em matéria de organização de cursos (os Cursos Internacionais Projazz ) e de "workshops" com a participação de proeminentes músicos e pedagogos norte-americanos.

Assim, pelo inestimável trabalho de uma vida dedicada às causas da música e da cultura em Portugal, ao longo de trinta anos, entende o Governo prestar pública homenagem a DUARTE MENDONÇA, concedendo-lhe a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL.