Warren Vaché - trompete
Alan Barnes - saxofone alto/barítono, clarinete baixo
Adrian Fry - trombone
Robin Aspland - piano
Dave Green - contrabaixo
Steve Brown- bateria
Há grupos cuja própria designação quase explica, por si só, muito do que está na sua génese.
Constituído maioritariamente por um núcleo de músicos pertencentes a uma cena jazzística muito pouco divulgada entre nós — o que revela um injusto afastamento em relação a uma realidade musical afinal tão próxima — o sexteto maioritariamente britânico que o trompetista norte-americano Warren Vaché traz ao Estoril Jazz, traz consigo também a designação de All Stars, a qual não apenas traduz o estatuto dos seus componentes, todos eles membros destacados da cena mainstream inglesa, como também deixa antever uma performance musical próxima da boa disposição e do à-vontade improvisativo sobre um repertório por todos amplamente dominado.
Já conhecido dos amadores de jazz portugueses, o líder do sexteto, Warren Vaché, é um veterano trompetista norte-americano que no início da sua carreira optou por um estilo mainstream, à revelia, portanto, das correntes então dominantes de um jazz que adoptava os sinais da realidade envolvente: as fusões próximas do rock ou as aventuras mais radicais do free-jazz. Fundamentalmente, aquilo que se pode descobrir no seu multifacetado estilo é a incorporação, numa linguagem pessoal, das múltiplas influências de reconhecidos ídolos seus: Armstrong, Eldridge, Braff, Hackett ou Navarro, como se vê fontes de inspiração bem díspares entre si e que cobrem o amplo percurso desde o jazz clássico até ao hard bop.
Pela própria constituição informal do grupo que Vaché apresenta no Estoril Jazz, é assim possível admitir que iremos assistir ao desfile preferencial de um punhado de standards do repertório do jazz, uma situação musical há muito consagrada mas não isenta de desafios, tão necessário e desejável se torna fazer bem mais do que apenas cumprir o trivial. Saliente-se entretanto que, apesar da familiaridade do seu jazz, Warren Vaché sempre faz questão de surpreender de forma positiva, evidenciando em palco uma personalidade e uma liderança bem fortes e, mesmo, uma sonoridade e uma articulação instrumental de assinalável originalidade.
Quanto aos restantes elementos, eles se encarregarão de comprovar em palco (e de nos fazer, ao mesmo tempo, descobrir) que, a exemplo dos há muito consagrados Alan Barnes (saxofones), Dave Green (contrabaixo) e Steve Brown (bateria), são mesmo... All Stars!