JAPP – Jazz At Palmela Park “Charlie Parker Legacy Band”

Wess Anderson – saxofone alto
Vincent Herring – saxofone alto
Jesse Davis – saxofone alto
Ronnie Mathews – piano
Ray Drummond – contrabaixo
Jimmy Cobb – bateria

Charlie Parker morreu há 50 anos, em Nova Iorque, ainda a tempo de mudar para sempre o jazz. Parker inovou não só no saxofone-alto como também a nível harmónico e rítmico, rompendo com os cânones do swing. Para celebrar o seu legado, foi constituída este ano a Charlie Parker Legacy Band, composta por três saxofones-alto e por uma secção rítimica de excepção.

Wess Anderson
Wess "Warmdaddy" Anderson cresceu em Nova Iorque e aos 14 anos começou a tocar saxofone-alto. Estudou nos workshops Jazzmobile, no Harlem, onde viria a conhecer Wynton e Branford Marsalis. Por sugestão deste último, estudou com o clarinetista Alvin Batiste. No final dos anos 80, Wynton Marsalis convidou-o a integrar o seu septeto e com o fim deste grupo Anderson transitou para a Lincoln Center Jazz Orchestra, na qual se mantém. O seu som é visto como uma combinação do jazz tradicional de Nova Orleães com os blues, sendo comparado a Julian Cannonball Adderley.
Vincent Herring
Nasceu no Kentucky, em 1964 e cresceu na Califórnia, mudando-se para Nova Iorque em 1982. Embora inicialmente ganhasse a vida como músico de rua, o seu talento acabaria por o levar a tocar com alguns dos grandes nomes do jazz, desde Lionel Hampton a Horace Silver e Art Blakey. Em 1987, integrou o quinteto de Nat Adderley, no qual permaneceu até 1993, e o seu som cheio e eivado do espírito dos blues levou-o a ser visto como um género de reencarnação de Cannonball Adderley. Começou a gravar em seu próprio nome a partir de 1986, tendo vindo a liderar os seus grupos desde os anos 90.
Jesse Davis

Nascido em Nova Orleães, em 1965, Jesse Davis estudou com Ellis Marsalis, o que equivale a dizer que aprendeu com os melhores. Uma providencial bolsa de estudo encaminhou-o para a Northeastern Illinois University e em 1989 recebia o prémio de músico revelação num festival realizado pela revista Down Beat. A partir de 1991, começou a gravar com o seu próprio quarteto e continuou a tocar com músicos como Jack McDuff, Illinois Jacquet, Chico Hamilton, Junior Mance, Kenny Barron, Cedar Walton, Nicholas Payton e Roy Hargrove. Em 1996, integrou o grupo Sax Machine, com Phil Woods, Charles McPherson e Gary Bartz, e participou no filme Kansas City, de Robert Altman.

Ronnie Mathews
Ronnie Mathews é um pianista de toque modernista e que ao longo da sua carreira teve a oportunidade de tocar com alguns dos melhores músicos de jazz. Entre estes contam-se Kenny Dorham, Roy Haynes, Max Roach, Freddie Hubbard, Clark Terry, Louis Hayes, Dexter Gordon e Johnny Griffin. De 1968 a 1969 e em 1975, Matthews ingressou na verdadeira ‘universidade do jazz’ que foram os Jazz Messengers de Art Blakey.

Ray Drummond
O contrabaixo de Ray ‘Bulldog’ Drummond é um dos mais solicitados pelo que não é de estranhar que se faça ouvir em mais de 300 CD gravados com jazzmen como Art Farmer, David Murray, Houston Person, Stan Getz, Kenny Burrell, Kevin Mahogany, Toots Thielemans, Benny Golson e Ray Bryant. Drummond tem, paralelamente, liderado os seus próprios grupos.
Jimmy Cobb
Jimmy Cobb dispensa apresentações, ele que tem em Kind Of Blue o seu principal cartão de visita. Nascido em Washington, em 1929, aprendeu a tocar bateria principalmente como autodidacta e iniciou-se profissionalmente acompanhando Charlie Rouse, Frank Wess, Billie Holiday e Pearl Bailey. No início dos anos 50, rumou a Nova Iorque e juntou-se a Earl Bostic. Durante três anos acompanhou Dinah Washington, integrando posteriormente o grupo de Cannonball Adderley, músico que viria a seguir para o sexteto de Miles Davis, participando em alguns dos mais importantes e históricos registos deste trompetista. Nos anos 60, foi companheiro regular do pianista Wynton Kelly e do contrabaixista Paul Chambers, tocando e gravando com Wes Montgomery, J. J. Johnson e Kenny Burrell. No início dos anos 70, acompanhou Sarah Vaughan e deu início a uma longa colaboração com Nat Adderley, músico com o qual actuou no Estoril Jazz há precisamente 10 anos.