Harold Mabern - piano
Eric Alexander - saxofone tenor
Vincent Herring - saxofone alto e tenor
John Webber - contrabaixo
Joe Farnsworth - bateria
A terminar a primeira parte do festival, eis uma formação instrumental que cumpre da melhor maneira um outro tipo de aproximação ao jazz, valendo a sua impecável coesão pelo conhecimento bem profundo e continuado, por parte de cada um dos músicos, de um repertório que é um exuberante “cardápio” do núcleo central do jazz clássico-moderno.
Ajustando-se como uma luva às opções estéticas que desde sempre caracterizam a direcção artística do Estoril Jazz, esta reunião ocasional de cinco músicos notáveis permite transformar a música tocada num misto de reconhecimento familiar e de constante surpresa e novidade, irrompendo estas dos rasgos de instrumentistas que cultivam uma entrega individual que nunca esquece a partilha de um estímulo recíproco.
Originário de Memphis, Tennessee, Harold Mabern revelou-se um dos melhores e mais activos pianistas da época do hard bop, radicando-se em Nova Iorque em finais dos anos 50 e tornando-se a partir daí notado ao lado de Jimmy Forrest, Donald Byrd, Miles Davis, J. J. Johnson, Sonny Rollins, Freddie Hubbard, Sarah Vaughan ou Lee Morgan.
Não escondendo as influências de um Dexter Gordon ou de um George Coleman, Eric Alexander (que foi aluno do próprio Mabern) é um músico de sólida cultura-base jazzística, integrando-se com naturalidade e talento em vários contextos instrumentais, como demonstra uma discografia variada e particularmente generosa. Iniciando a sua carreira na área de Chicago e mudando-se em inícios dos anos 90 para Nova Iorque, o saxofonista confirmou-se como um dos mais sólidos instrumentistas mainstream, tendo conquistado em 1991 o 2º. lugar no Concurso Internacional Thelonius Monk.
Pelo seu lado, Vincent Herring (habitual companheiro de Alexander), é um admirador indisfarçável do grande “Cannonball” Adderley e, não por acaso, acabou por ser reconhecido pela sua fogosidade e mestria instrumental precisamente ao lado do irmão daquele, Nat, quando esteve ligado ao seu grupo durante nove anos. Tendo passado anteriormente pelas formações de David Murray, Horace Silver ou Art Blakey, Herring é ainda um líder incontestável de formações instrumentais informais no contexto da jam session e, enquanto docente, um seguro agregador de talentos.
No contrabaixo e na bateria, completam este quinteto John Weber e Joe Farnsworth, cuja consistência rítmica transmite ao grupo um drive e uma segurança a toda a prova.