Gary Burton - vibrafone
Julian Lage - guitarra
Scott Colley - contrabaixo
Antonio Sanchez- bateria
Ao falar-se de Gary Burton, está-se a referir um dos mais importantes, inovadores e influentes músicos de jazz das últimas cinco décadas (contemporâneo de outro notável inovador dos anos 60, Bobby Hutcherson) num instrumento não muito habitual na paleta sonora do jazz clássico e moderno e no qual evoluiu, de forma inacreditável, enquanto simples autodidacta.
Senhor de uma técnica altamente evoluída e destacando-se sobretudo como um decisivo impulsionador do uso simultâneo das quatro mallets, que lhe permite um intrincado e entusiasmante jogo instrumental, Burton caracteriza-se por um bom gosto e por uma invenção melódica que jorra com a maior naturalidade, revelando ao mesmo tempo uma concepção harmónica bem ampla, consistente e invulgar.
A primeira grande experiência profissional da sua carreira foi logo a participação no célebre quinteto de George Shearing, à qual se seguiu uma temporada em que integrou outro grupo de referência: o quarteto sem piano de Stan Getz. Tendo então começado a liderar os seus próprios grupos, Burton não deixou de participar em outros movimentos, em particular a fusão dos anos 70 (com guitarristas como Larry Coryell, John Scofield ou Pat Metheny), tendo-se igualmente destacado na formação de dueto com músicos importantes como Ralph Towner, Steve Swallow, Paul Bley ou, sobretudo, Chick Corea com o qual fez inúmeras digressões internacionais.
Desenvolvendo paralelamente uma notada carreira de docente, Gary Burton sempre apoiou os jovens talentos que ia descobrindo, como foi o caso de um quarteto com o qual gravou o esplêndido álbum Next Generation (2005) e no qual sobressaía, por exemplo, o notável guitarrista Julian Lage, hoje com 26 anos, e que mais uma vez integra o quarteto com que se apresenta no Estoril Jazz.
Mas os outros dois músicos do grupo — Scott Colley (contrabaixo) e António Sanchéz (bateria) — são instrumentistas excepcionais, à vontade num amplo espectro estético e cuja frequente e extensa presença junto dos maiores nomes da cena actual é a comprovação da sua indispensável cumplicidade nas multiformes movimentações do jazz contemporâneo.
Melhor reabertura não se poderia desejar para o Estoril Jazz deste ano.